Língua

As línguas das várias etnias compreendidas sob o etnônimo Pataxó Hãhãhãe não estão mais operativas, salvo por vocábulos lexicais. Até 1911, as línguas pataxó e kamakã estavam, seguramente, em plena vigência, o que significa que o violento contato a que os índios foram compelidos, através do SPI (Serviço de Proteção aos Índios), causou-lhes terrível impacto, atingindo também as línguas nativas. No caso da língua pataxó, ela persistiu, no mínimo, até 1938, quando Curt Nimuendaju encontrou falantes estabelecidos na Reserva Caramuru-Paraguaçu. M. de Wied-Neuwied, F. Martius, B. Douveille, C. Nimuendaju e Maria Aracy Lopes da Silva e Greg Urban coligiram vocabulários entre os Pataxó setentrionais ou Hãhãhãe, em distintos períodos, mas apenas Wied-Neuwied recolheu-o entre os chamados Pataxó meridionais. Nimuendaju observou, a esse respeito, que não obstante o seu vocabulário divergisse muito daquele que o príncipe tomou de um grupo Pataxó na Vila do Prado, em 1816, ele acreditava tratar-se de vocabulários de uma mesma nação.
Um vago parentesco da língua Pataxó com a família lingüística Maxakali já havia sido suscitado desde C. Loukotka. Martius reuniu as línguas Macuni, Copoxô, Cumanaxô, Panhame e Monoxô, Pataxô e Malali, e mais algumas outras, no grupo lingüístico dos “Goytacás”, admitindo algum parentesco com o grupo Jê. Steinen reduziu o grupo Goytacá aos Maxakali, Macuni, Capaxô, Cumanaxô e Panhame e, sob reserva, os Pataxó, e fez dele uma subdivisão do grupo Jê. Ehrenreich, Rivet e o P. Schmidt conservaram esta classificação. Somente em 1931, C. Loukotka, examinando outra vez e detidamente os escassos vocabulários existentes, chegou à conclusão de que essas línguas, inclusive o Malalí mas exclusive o Pataxó, formavam uma família lingüística completamente independente da família Jê, com o que concordou Nimuendaju, que julgava que também a cultura dessas tribos, “tanto a material como a espiritual”, os distanciava grandemente dos Jê (Nimuendaju 1954 :61).
Em 1971, o Cel. Antônio Medeiros de Azevedo cedeu a Agostinho uma lista de 71 vocábulos dos mesmos índios, por ele obtida quando no comando da tropa que, em 1936, submeteu o posto Paraguaçu. Agostinho obteve, por sua vez, um vocabulário com o total de 120 formas, recolhido entre os Pataxó meridionais (Porto Seguro e adjacências). Cópias da lista de Azevedo e dos questionários-padrão que Agostinho aplicou, juntamente com a fita magnética gravada, nessa oportunidade, foram remetidas ao Setor de Lingüística do Museu Nacional para fins comparativos. Aryon Dall´Igna Rodrigues, que procedeu à análise, concluiu tratar-se de material pertinente à língua Maxakali (informação pessoal a Pedro Agostinho). De fato, Rodrigues classifica a língua Pataxó como parte da família lingüística Maxakali e as línguas Kamakã, Mongoiá e Menien como incidentes na família Kamakã (Rodrigues 1986).

Fonte: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/pataxo-ha-ha-hae/918

Pra início de conversa…

Este Blog foi criado como parte do componente curricular História e Cultura dos Povos Indígenas, oferecido no curso de Língua Portuguesa e suas Literaturas da Universidade do Estado da Bahia.

Nossa missão aqui é criar um banco de dados que ofereça informações da Tribo Pataxó Hã hã hãe, tribo habitante da região sul da Bahia. Segundo o site Povos Indígenas do Brasil eles habitam a “Reserva Indígena Caramuru-Paraguassu, nos municípios de Itajú do Colônia, Camacã e Pau-Brasil. Vivem também na Terra Indígena Fazenda Baiana, no município de Camamu, no baixo-sul da Bahia.”

De acordo com dados de 2010 da FUNASA, a população de índios dessa tribo são 2.375.